A dívida pública federal em títulos cresceu quase R$40 bilhões em abril e fechou o mês em R$1,734 trilhão.
Segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, o aumento se deveu principalmente a uma emissão líquida de papéis de R$25,32 bilhões, mas também à incorporação de juros que corrigem o estoque e que somaram R$14,31 bilhões no período.
Somente a dívida interna ficou em R$1,653 trilhão, enquanto a externa acumulou R$81,6 bilhões.
Tradicionalmente, abril é um mês que concentra vencimentos de títulos da dívida interna. Isso leva o Tesouro a resgatar papéis e reduzir o estoque. No entanto, este ano o quadro foi diferente:
o governo resgatou apenas R$26,79 bilhões e emitiu R$52,74 bilhões.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, houve uma forte procura dos investidores pelos títulos do governo.
- Abril foi um mês positivo para a emissão de títulos públicos. O mercado ficou mais confortável com o comportamento da inflação e deixou de pedir taxas tão elevadas - disse Garrido.
Ele lembrou ainda que o total emitido em ofertas públicas em abril (R$47 bilhões) foi um recorde histórico:
- Isso se deve ao fato de o mês passado ter tido cinco semanas - afirmou.
Fatia de estrangeiros volta a crescer e chega a R$186 bi
De acordo com o Tesouro, os títulos prefixados aumentaram sua participação na dívida em abril, passando de 34,56% do total em março para 34,81% no mês passado.
Já os remunerados por taxas flutuantes (como a Selic) caíram de 32,34% para 32,13% no mesmo período.
A participação dos papéis corrigidos por índices de preços, por sua vez, subiu de 28,33% para 28,54% do total.
Apesar das medidas do governo para conter a entrada de dólares no país, os investidores estrangeiros continuam procurando os títulos brasileiros.
Segundo o relatório, a participação desses aplicadores no estoque subiu de R$183,31 bilhões em março para R$186,6 bilhões em abril.
- De setembro para cá, houve uma parada expressiva nos investimentos estrangeiros de curto prazo. Mas a tendência continua ser a de um aumento gradual na participação desses aplicadores na dívida - disse o coordenador.
Martha Beck O Globo
Um comentário:
Valores subestimados!!! A divida interna já passa dos 2,3 trilhões!! Os dados são manipulados com valores que as estatais pegam emprestados e são "encaixados" como lucros e dividendos...
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