Comparado com o mesmo período do ano passado, quando o saldo ficou em R$ 11,2 bilhões, o desempenho foi 31% menor. Apesar de novembro e dezembro serem, por tradição, meses deficitários, o governo mantém a meta prevista para o ano.
De janeiro a outubro, o superavit realizado pelo governo central alcançou R$ 63,4 bilhões, o equivalente a 2,19% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para 2010, a meta é de 2,15% (R$ 76,2 bilhões), enquanto o esforço fiscal programado para todo o setor público (União, estados, municípios e estatais) é de 3,3% do PIB.
A receita total bateu em R$ 750 bilhões até outubro.
Já as despesas chegaram a R$ 576 bilhões nos 10 primeiros meses de 2010.
“Estamos trabalhando para o cumprimento da meta”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Os gastos globais com investimentos somaram R$ 36,1 bilhões entre janeiro e outubro, num salto de 51% sobre 2009 (R$ 23,9 bilhões).
Dos desembolsos destinados a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 17,6 bilhões foram pagos até outubro — o crescimento foi de 55%(ano eleitoral) em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 11,4 bilhões).
No balanço, apresentado ontem pelo Tesouro, Arno Augustin confirmou o que a equipe econômica indicada pela presidente eleita, Dilma Rousseff, tem dito. “Vai haver um momento importante de corte de gastos públicos em 2011”, afirmou.
Os números de outubro contrastam fortemente com os de setembro, quando a economia feita pelo governo central foi de R$ 26 bilhões.
O resultado expressivo só foi possível graças a uma manobra contábil na capitalização da Petrobras, em que o Tesouro transformou dívida em receita líquida, rendendo R$ 31,9 bilhões naquele mês.
Sem a mágica, setembro teria tido deficit de R$ 5,8 bilhões. Augustin defendeu a intervenção.
“Estamos seguindo rigorosamente as normas da estatística. Tudo foi feito de forma técnica”, assegurou.
Luciano Pires Correio Braziliense
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