Antônio Delfim Netto, 82 anos, é um dos economistas mais ouvidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele está preocupado com o déficit em conta corrente e culpa o câmbio forte.
"O Brasil está levando isso na flauta", diz. Na semana passada, o Banco Central anunciou que as transações do País com o exterior ficaram negativas em US$ 23,8 bilhões no primeiro semestre – valor próximo ao registrado em todo o ano anterior.
Para o "czar" da economia na ditadura militar, época do ‘milagre econômico’, o governo é "ineficiente, gastador, e está apropriado por uma burocracia sindical que vive nas suas tetas".
Para resolver o problema, defende que as despesas de custeio da máquina pública cresçam abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) por 10 anos.
O economista apoia o papel indutor do BNDES, mas afirma ser evidente que houve um subsídio do Tesouro nos empréstimos ao banco, que precisa ser colocado no orçamento.
Delfim não acredita que todos os investimentos previstos em infraestrutura, Copa e Olimpíada vão sair do papel.
"É uma conta que não cabe dentro do PIB".
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