Marta Watanabe/Valor Econômico
A indústria de transformação fechou os primeiros sete meses deste ano com déficit de US$ 19,03 bilhões, com significativa ampliação em relação ao saldo negativo de US$ 7,7 bilhões verificado no mesmo período de 2009.
Mais de um terço da ampliação desse déficit - 37% - foi provocado pela indústria de materiais elétricos e de comunicação, mas a deterioração avançou em outros segmentos menos afetados no ano passado.
O setor de material de transporte ampliou o déficit de US$ 233 milhões para US$ 1,92 bilhão, enquanto o segmento de produtos de matérias plásticas viu seu saldo negativo de US$ 980 milhões saltar para US$ 1,8 bilhão.
No setor têxtil, o déficit de US$ 526 milhões de janeiro a julho do ano passado foi ampliado para US$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2010.
Os números são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Para alguns setores, o avanço acendeu a luz amarela para o que pode ser o início da substituição de fornecimento nacional por importados.
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), acredita que a substituição começa a acontecer em alguns produtos.
De janeiro a junho deste ano, a exportação dos produtos transformados plásticos subiu 24,5% em valores, na comparação com o primeiro semestre de 2009.
No mesmo período, as importações cresceram mais - 39,8%.
Coelho lembra que os embarques de transformados de plásticos foram puxados principalmente por produtos que servem como insumos para outras indústrias, como garrafões e garrafas, laminados autoadesivos, autopeças e embalagens para embutidos.
"São itens em que a indústria nacional tem capacidade não só para abastecimento do mercado interno como também para exportação", diz.
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